
Atravessando o enorme íoríi (portal), multidões correm -como rios pela larga avenida, hoje asfaltada, que conduz ao templo principal. Ao longo das calçadas enfileiram-se barracas de quinquilharias, souvenirs, e também de alimentos e refeições ligeiras. Dezenas de veados, velhos, adultos, jovens e filhotes, se acham no parque, andando, parados, reelinados, repousando.
Suzana, minha mulher, aproxima-se da guia da calçada. Acena com uma bolacha. Três veados se aproximam. Vem um pequeno, à frente, mais rápido, aproxima-se e apanha a oferta como a uma hóstia de comunhão. Aproxima-se em seguida o gamo jovem, li a primeira coisa que faz, como qualquer japonês ao se dirigir a outra pessoa, é executar uma ojigi (reverência de cabeça). Três vc7cs. Suzana entende: ele eslá exprimindo amaeru, expectativa de benevolência, testemunho de amor. Retribui a reverência ao kami-sama ("dom" kami). Dá-lhe o petisco. Ele repete as reverências mas não aceita nova bolacha. Parece apenas agradecer, pois em seguida se afasta discretamente, como fazem os japoneses.
Os pequeninos, como as crianças japonesas pequenas, acham que não precisam, ou ainda não aprenderam a fazer a ojigi. Os velhos, de longe, apreciam e parecem aprovar as boas maneiras tios jovens. Mesmo daqueles que rejeitam bolachas por estarem fartos delas, e aceitam sanduíches.
A cena se repete quando saímos do parque, com outros animais. Para não nos mostrarmos menos educados que eles, retribuímos suas reverências. Os japoneses que passam riem conosco. Os velhos gamos acenam suas cabeças aprovadora mente Buda, também, deve estar sorrindo.
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