domingo, 17 de mayo de 2009

O japonês no seu espaço

Não se compreenderá o Japão, quer em suas realizações, quer em seus problemas, sem se ter presente um fato que salta à vista quando se visita o país: há multidões de japoneses em todos os lugares do Japão. Nas ruas, nas escolas, nos hotéis, nos trens, nos metrôs, nos museus, nos restaurantes, nas lojas. E uma imagem universalmente familiar a de funcionários de luvas brancas ensardinhando passageiros nos metrôs nos horários de congestionamento. Mas isto é apenas um paroxis-mo do fato cie haver japoneses lotando todos os espaços disponíveis do Japão.

Só não há filas exasperantes porque tudo se processa com alta organização, disciplina e velocidade. Ajudadas pela máquinas e pela automação, inclusive as pessoas funcionam com a precisão de cronômetros sincronizados para corridas de 100 metros rasos. Os trens chegam e partem a 200 km horários com pontualidade de minutos e os vagões numerados abrem suas portas em lugares assinalados por faixas nas imensas plataformas das estações.
Isto vem de longe.




Já em 1700 o Japão tinha uma população de 25 milhões de pessoas — uma densidade de 66 habitantes/km - (a cio Brasil de hoje é de 15 habitantes/km2). Numa área utilizável que não chega à metade da superfície do Estado de São Paulo, o Japão abriga atualmente uma população de 125 milhões, pouco inferior à brasileira. Isto corresponde a uma densidade bruta de 320 habitantes/km2, número ilusório, pois 70% do território japonês são tomados por montanhas recobertas de florestas. Resulta que em Tokyo a densidade é cie 5.000 habitantes/km -, cerca de 200 m2 para cada japonês, suas habitações, edifícios, estradas, fábricas e tudo o mais.

Assim, cada em2 do país milenar vem sendo lapidado pelas sucessivas gerações de japoneses. E, de outro lado, explica-se a extrema disciplina. A média nacional das casas-próprias no japão, na sua maioria amigas, herdadas, construídas há décadas, e de 100 m; a das casas alugadas, de construção mais recente, é de 40 m. Para escândalo universal, constroem-se nas cidades populosas apartamentos compactos de 9 m e nas estações de metro se instalaram sarcõlagos acrílicos onde passam a noite japoneses que perderam o último trem.

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