domingo, 15 de febrero de 2009

O resfriado brasileiro

Uma preocupação universal dos japoneses era com a divi-da externa e a inflação brasileiras. Violando a tradicional dis-crção niponica, sem infringir, contudo, sua proverbial corte-sia, não resistiram a oportunidade de nos interrogar para saber.

Acontecen na sede da prefeitura de Utsonomiya, onde fomos, minha mulher e eu. distinguidos com o título de cida dãos honorarios e cumulados de delicados presentcs. Voltou a repetir-se na Facultade de Estudos Estrangeiros da Universidade de Kyoto, onde fizemos uma conferencia sobre nosso pais.

Tinhamos que condensar a resposta em poucos minutos. Para uma economia madura e pletórica, isto, de fato, seria uma molestia mortal; para uma economia de espaços continentals, que ainda engatinhava, com todos os recursos e oportunidades a serem explorados, isto era como uma doença infantil, constipação, resfriado, ou sarampo. No dia seguinte a frase era cabeçalho de noticia do Kyoto Shimbum: "Dívida externa e uma gripe de moço gigante."

Muito mais complicado era explicar como o brasileiro con-seguia sobreviver com uma inflação de 20% ao mes e uma ren-da per capita anual de US$ 2.000, num pais (o Japão) cuja inflação anual é de 2% e a renda per capita de USS 23,000, a maior do numdo, depois da Suiça.

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